Discurso proferido no dia da Independência na Praça dos Três Poderes...

Liliana Nogueira Belo

Neste dia sete de setembro, aniversário da Independência do Brasil, as reflexões sobre o nosso atribulado mundo contemporâneo ganham relevo. Na ordem do dia: a água, o saneamento, o tratamento de resíduos sólidos, a saúde, a educação, a cultura, o planejamento.
Na nossa cidade, há o refúgio para o estar tranquilo, ainda com boa qualidade de vida. Mas sobram desafios para harmonizar a nossa convivência com a natureza deslumbrante de São José sem destruição e sem consumismo desenfreado.
Como dinamizar as diversas vocações de nossa terra e valorizar as suas potencialidades?
Todos , enquanto políticos e cidadãos, temos a responsabilidade de procurar fazer o melhor: transformar São José do Rio Pardo em um lugar de oportunidades, em que os jovens sejam acolhidos , construam seu espaço no mercado de trabalho.
Neste cenário, em primeiro lugar, revela-se a nossa vocação cultural, trazida pelo culto a Euclides da Cunha e suas obras sempre instigantes e atuais. O debate, a inteligência, o pensamento divergente : não o culto pelo culto, mas as soluções para os impasses vividos até hoje pelos homens, seja pelo mau uso do solo, pela miséria extrema que sobrevive, pela questão fundiária de vários Brasis, pelo imperialismo europeu e norte-americano, entre outros. As Semanas Euclidianas sucedem-se com bom público, despertando sempre muito interesse.
O DEC- Departamento de Esportes e Cultura - atua nas comunidades dos bairros, através do esporte e da Fábrica de Expressão que, por sua vez, dinamiza o teatro, a música, a dança, a pintura e o desenho, revitalizando nossa cultura com apresentações e eventos de excelente qualidade.
A Casa de Cultura e Cidadania também desenvolve e fomenta o cenário rio-pardense com projetos inovadores. E o Polo de Tatuí funciona como conservatório musical, incentivando talentos.
A construção do Memorial Euclides da Cunha torna-se urgente, já que Niemeyer, antes de falecer, fez a belíssima planta em formato de um livro aberto. A concepção do projeto, de autoria do arquiteto e urbanista rio-pardense, Willian Fagiolo, que, em encontro com o arquiteto em 2006, relatou que Oscar apresentou-se como um leitor e admirador da obra euclidiana, entusiasmando-se com a possiblidade de criar o Memorial. E, assim, Niemeyer cuidou desta tarefa com muita competência e carinho.
Em segundo lugar, em São José, desponta a vocação turística, que será potencializada pela instalação da obra de Niemeyer, trazendo visitantes do mundo todo. E jardins e parques belíssimos, margeando o nosso rio, como nas cidades europeias. E ótimas vias , ciclovias, hotéis e restaurantes. Enfim, um plano de mobilidade urbana, já inserido no projeto de Fagiolo e que consta como item obrigatório, proposto pela presidenta Dilma Rousseff para as cidades com mais de 20.000 habitantes.
Um passo para a modernidade ao nosso alcance.
Em terceiro lugar, o nosso município possui comprovada vocação para o comércio, considerado muito ativo e um dos melhores da região.
A vocação pela terra, em quarto, já favorecida por uma reforma agrária natural, aliada à valorização da agricultura familiar, busca fixar o homem à terra , com garantia de uma vida com dignidade e justiça.

E, por fim, a vocação educacional que, há muitos anos, orgulha a cidade, com ensino de qualidade e excelência, tanto nas escolas municipais, estaduais, quanto nas particulares.


Neste cenário positivo, destaca-se a nossa FEUC – Faculdade Euclides da Cunha, como polo irradiador de conhecimento, de alavanca social, inserindo os jovens no mercado de trabalho , no exercício do magistério, seja efetivando-se nas redes estaduais ou municipais de
ensino. E outros, que buscam novos trabalhos e revelam preparo e valores humanísticos próprios.
A missão social da FEUC, reconhecida pela comunidade e prefeitura, abraça, hoje, vários programas de bolsas para alunos carentes. Em crescimento, respalda-se no apoio do Executivo e dos Vereadores da Câmara Municipal de São José do Rio Pardo.
O novo campus, cuja instalação está em curso, sem dúvida, abrirá novas perspectivas de parcerias para a FEUC, com crescimento quantitativo e qualitativo de seus alunos.
Para a direção, professores e funcionários, constitui-se, sem dúvida, em um presente excepcional para a cidade, ampliando o desenvolvimento em outros setores.
É esta a Independência que buscamos: a autonomia, alicerçada nos valores da educação, da cultura, da justiça social com saúde, habitação e emprego. Sem dúvida, a independência da pátria começa pela gestão das cidades.