Norovirus

Dr. Marcelo Luiz Galotti Pereira


Recentemente recebemos uma correspondência da Secretaria da Saúde de São Paulo sobre surtos de gastroenterocolites causadas por norovírus.
O primeiro deles ocorreu em Búzios, no Rio de Janeiro, em março, no interior de um navio aportado. O fato foi bastante valorizado pela imprensa e o diagnóstico etiológico foi feito no Instituto Osvaldo Cruz, baseado em sofisticados exames laboratoriais que identificaram o material genético do vírus.
Na semana passada, no Pronto Socorro Municipal, segundo informações da enfermeira chefe, Sra. Rejane Bazilli Costa, foram atendidos mais de 60 casos de pacientes com vômitos e diarréias. Como o diagnóstico de certeza é indisponível na prática médica cotidiana, é provável que muitos desses tenham sido causados pelo norovírus, mas não é possível afirmar com certeza.
É claro que o sempre lembrado rotavírus, outros enterovírus e até bactérias podem ter sido também responsáveis.
As diferenças entre esses vírus são sutis, sendo impossível de apontar o causador do quadro baseado apenas por sinais e por sintomas. O mais importante, é que o tratamento independe desse diagnóstico.

O norovírus é um novo vírus?
Não. Ele apenas é desconhecido do público. Foi isolado em 1970 e conhecido como importante responsável pelas gastroenterocolites não bacterianas no Brasil.

É diferente do rotavírus?
Sim, é um outro vírus. Sua facilidade de transmissão é muito maior que o rotavírus. A diferença marcante é que o rotavírus prefere acometer crianças enquanto o norovírus prefere adultos.

Como ocorre a transmissão do norovírus?
De pessoa para pessoa. Ao contrário dos outros agentes que para causar a doença precisam de um inóculo com muitas unidades infectantes, o norovírus apenas com uma única unidade é capaz de transmitir a doença. O simples contato com o aerosol do vômito do doente pode transmitir a doença. A infectividade é alta e a transmissão é facílima. Daí ocorrerem surtos frequentes.

Quais as características dos surtos por norovírus?
Eles são responsáveis por 99% dos surtos em navios. Estão fortemente relacionados com locais confinados, como creches, asilos, escolas e na mesma família. Até em ambientes hospitalares eles podem ocorrer.
São muito resistentes, permanecendo longo tempo em superfícies que o doente teve contato. Essa é a razão para que compartilhamentos de espaços e objetos seja um problema para contê-lo.

Quais os sintomas de gastroenterocolite pelo norovírus?
São idênticos aos provocados pelo rotavírus, adenovirus, entéricos e astrovírus: vômito, diarréia, febre, dores abdominais e cefaléias.

Qual é o tratamento?
A preocupação é com a desidratação, que em geral é mais grave nas idades extremas: crianças e idosos. Um tratamento que elimine o vírus não existe. É preciso dar ao organismo condições de combatê-lo. Muitas vezes a internação é necessária para agilizar a recuperação. Como regra, a doença dura 2 a 3 dias.

E a vacina? É esperada como solução possível?
Ainda não é disponível, embora pesquisas nesse sentido existam nos Estados Unidos. Existe uma dificuldade adicional para sua obtenção que é alta variabilidade genética do vírus com mutações freqüentes.

Como é feito o diagnóstico de gastroenterocolites por norovírus?
São utilizadas técnicas de diagnóstico molecular baseados na identificação do material genético do vírus. Conforme dito anteriormente, não tem valor no dia a dia, sendo importante do ponto de vista da Vigilância Epidemiológica.
Em 2009, os pesquisadores desenvolveram uma técnica inovadora capaz de detectá-lo em alimentos.

Como evitá-la?
Lavar as mãos antes de comer e após ir ao banheiro ou mexer com dinheiro também reduz um outro tanto bom de casos da doença.
O preparo e o armazenamento de alimentos de forma correta é outra maneira importante de prevenir enterites.
O saneamento básico, incluindo a criação de rede de esgoto e de fornecimento de água potável, previne um grande número de casos.

P�LULAS

CALOS: O QUE SÃO E COMO EVIT�-LOS OU CUR�-LOS!
São uma resposta da pele sempre que na região ocorrer uma estimulação por pressão persistente e de grande intensidade. A melhor forma de curá-los é retirar o estímulo desencadeador.
Lixar até uma vez por semana pode ajudar. Uma freqüência maior do que essa tira as defesas naturais da epiderme. A hidratação diária com cremes é eficiente e segura.

NUTRIÇÃO: MORANGO
O morango é uma fruta rica em antocianinas e procianidinas, que ajudam a abaixar a pressão arterial. A fruta contém também ácido elágico, um flavonóide com ação antioxidante; e ácido gálico, que diminui o risco de câncer. Para completar, o morango tem vitamina C, ácido fólico e ajuda a diminuir o colesterol.

EIS A QUESTÃO: O QUE É DIARRÉIA?
Os alimentos e os líquidos ingeridos seguem caminho através do aparelho digestivo, impulsionados por movimentos de ondas peristálticas lentas, para o intestino delgado, onde os nutrientes são absorvidos para o sangue, prosseguindo o restante em direção ao intestino grosso, onde a água é que é absorvida restando as fezes para posterior eliminação.
Algumas vezes infecções, inflamações, intoxicações ou alergias irritam os intestinos que respondem com aumento na velocidade dessas ondas para se livrar da agressão. Como consequência, fica impossível a retirada da água, que necessita um tempo maior, resultando em fezes líquidas e perda de sais minerais.