Octaviano da Costa Vieira sobre Euclides da Cunha em São Carlos
Marco Antonio Leite Brandão
Octaviano da Costa Vieira, Juiz da Comaca de São Carlos, foi casado com Adélia da Cunha Vieira, irmã de Euclides da Cunha. Em 1901 estabeleceram-se em São Carlos onde residiram até 1916.
Na “Revista Raça” (São Carlos, SP, set, 1929) lê-se:
“(..) O dr Octaviano Vieira, ministro do Tribunal de Justiça flou, a um redator do \'Diário de São Paulo\', sobre a vida íntima de Euclides da cunha. Eis alguns tópicos dessa conversa:
\'… O Euclides, logo que concluiu a ponte em S. José do Rio Pardo, foi transferido para São Carlos, swde de uma seção de obras públicas dpo governo estadual. Foi residir defronte quase à minha casa.
Lembro-me que trazia de S. José do Rio Pardo, numerosas laudas de papel, que, juntamente com a correspondencia que de Canudos enviara ao \'Estado de São Paulo\', vieram a constituit \'Os Sertões\'.
Diaraiamente, ao escurecer, ia até a minha residncia e passava horas interiras a ler, entusiasmado, alguns capítulos de sua obra à sua irmã, que ouvia com muita atenção e com ele tricava idpeias sobre este ou aquele ponto deos escritpos.
Minha esposa era, como ele chamava carinhosamente, \'o meu auditório\'. Em S. Carlos demorou-se pouco tempo, três a quatro meses apenas [Euclides e família deixaram S.J. Rio Pardo em 18 de maio de 1901. Assim é possível que antes de se estabelecerem em São Carlos a família permaneceu em Descalvado]. Foi em seguida, transferido para Lorena, de onde remeteu para o Rio, a fim de ser publicado, o manuscrito de \'Os Sertões\'.
Recordo-me que em certa ocasião, pus em dúvida a autenticidade de um episódio que Euclides nos lia, a mim e a minha esposa, episódio em que descrevia um animal que, norto numa barrocada, não se putrefez e ficou conservado durante muito tempo.
- Vocês literatos mentem muito – disse-lhe pilheriando. O que você acabou de contar é um ahistória inverídica.
Euclides protestou. Não era mentira e tudo o que ele descrevia era expressão da verdade. E rematou:
- Se você quiser verificar vá até lá e verá, então, que não estou mentindo.
O dr Octaviano contou-nos depois alguns episódios da vida íntima de seu cunhado. Falou-nos, por exemplo, que Euclides da Cunha, quando viajava, enchia a sua mala de livros, esquecendo-se às vezes de colocar roupa. Lia muito e, entre os livros escritos em português, dava preferência aos de Eça de Queirós (..)”.
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