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Euclides da Cunha

Euclides da Cunha em Descalvado e em São Carlos

Marco Antonio Leitão Brandão



A família Cunha homiziou-se em Descalvado e São Carlos durante cerca de três décadas: de 1890 a 1909 em Descalvado o pai de Euclides, Manuel Rodrigues Pimenta da Cunha (?-1909) estabeleceu-se na Faz Trindade, próxima da fronteira de São Carlos; a irmã Adélia da Cunha, casada (em Descalvado em 1891) com dr Octaviano da Costa Vieira em São Carlos de 1901 a 1916 e a de Euclides da Cunha em 1901.
Por ocasião da ida a Canudos a esposa e folhis de Euclides recolheramo-se à Faz Trindade onde, após o retorno, Euclides da Cunha começou a redação de “Os Sertões – Campanha de Canudos†.
Durante a estadia em São Carlos, em 1901, conforme carta (1943) de Octaviano da Costa Vieira ao prof Eliziário de Araujo, Euclides da Cunha trabalhou no burilamento do livro, as últimas correções antes da primeira edição. Provavelmente dedicou-se ao tópico “Fazedores de Desertoâ€, tema de crônica publicada no jornal “O Estado de São Paulo†em 31/10/1901, muito parecida com tópico desenvolvido no livro.
O registro transcrito a seguir, publicado no “Correio de São Carlos†de 18/05/1952 é um importante documento que tem a digital de Walinda da Costa Vieira Rosas, sobrinha de Euclides que se formou professora normalista em 1915 na “Escola Normal Secundária de São Carlosâ€:

“(..) Muito se tem escrito e falado sobre a vida e obra de Euclides da Cunha. Porém, em seus mais minuciosos biógrafo nada se encontra a respeito do notável escritor em relação a nossa cidade. Sabemos, no entanto, que aqui esteve Euclides diversas vezes. Foi o autor de \'Os Sertões\' o engenheiro designado pelo governo para superintender a construção do prédio do Grupo \'Cel Paulino Carlos\', o mesmo que ainda existe à rua D. Alexandrina.
O pai do construtor da célebre ponte sobre o Rio Pardo, possuía uma fazenda no município de Descalvado, próximo à linha limítrofe com a de S. Carlos, um seu cunhado, o dr Octaviano Vieira, por muitos anos foi juiz de Direito nesta cidade, e aqui esteve Euclides, como adiante veremos.
A propósito de uma série de conferências do sr Francisco Pati, em São Paulo, a sra Walinda da Cunha Vieira Rosas, filha do sr Octaviano Vieira e sobrinha de Euclides, enviou-lhe a carta que tomamos a liberdade de transcrever a seguir,pelo interessse que terá entre os sancarlenses, aqual foi publicada pelo conhecido historiador paulista, em artigo publicado sob o título \'Euclides em São Paulo\', no \'Correio Paulistano\' de 20 ade abril último;
\'Lendo hoje no \'Correio Paulistano\' sua resposta a um jovem estudante sobre Eucçids e \'Os Sertões\', tive grande vontade de lhe trazer também algumas recordações de minha infância sobre o célebre livro. Naquelas muito memor´paveis de suas empolgantes e inesquecíveis palestras sobre o escritor, tive o ensejo de conhecer a sua grane afabilidade e assim conto com ela para saber revelar a minha intromissão no assunto. Faço isto apenas pensnso poder contribuir, numa pequenina parcela, para o conhecimento da vida do brasielrio ilustre.
Nunca virelatada, em parte alguma, a temporada que Euclides pasou em S. Carlos, depois que saiu de S.J. Do Rio pardo. Silvio Romero, no su livro \'Euclides da Cunha\', diz, na página 208: \'Transferido para outro distrito, o de Guaratinguetrá, depoi de concluída a ponte …\'
Quando, em maio de 1901, meu pai foi removido Juiz de Direito de São José dos Campos para S. Carlos (nesse tempo São Carlos do Pinhal), eu era menina de meus sete anos e me lembro bem de que fomos primeiramente para a fazenda do meu avô, em Descalvado, e lá encontramos tio Euclides e a família. Indo para S. Carlos fomos morar na rua D. Alexandrina e pouco depois meu tio veio residir numa casa em frente, onde mais tarde se abriu o \'Salão Marone\'. Aí muitas noites se reuniam meus pais e o sr C. de Carvalho (o da Contabildade) e o tio, apanhando uma papelada grande, lia, lia e depois conversavam muito. E como criança fiquei uma vez muito intrigada ouvindo-o dizer do sr C. de Carvalho: \'Este homem sabe português como gente\'. Teria ajudado na gramática do grande livro?
Outro fato que nunca vi mencionado foi a esquisitice (como dizia minha mãe) do engenheiro que quis fazer a festa de lançamento da pedra fundamental do primeiro grupo escolar de S. Carlos na parte da manhaã. O \'Almanack-Album\' de São Carlos 1916-1917, traz o seguinte: \'No dia 2 de dezembro de 1901, realiza-se a solenidade de assentamento da primeira pedra do Grupo Escolar Coronel Paulino Carlos. A cerimônia religiosa adequada ao ato foi celebrada pelo padre Victor Leonardo da Soledade. Em frente ao local esteve postada uma força policial sob o comando do tenente José Alípio Ferreira e tocou a Banda Popular do professor Mugnai. Em seguida os assistentes dirigiram-se ao paço municipal ondem presentes o juiz de Direito, o presidente da Câmara, o inspetor escolar, se fizeram ouvir os oradores. Entre estes e em primeiro lugar orou bela e eloquentemente Euclides da Cunha, o incomparável estilista de \'Os Sertões\', que aqui se achava na qualidade de engenheiro incumbido pelo governo de fiscalizar a construção\'.
Francisco Pati, após reproduzir a carta acima, acrescenta o comentário seguinte: \'Penso que poucos conhecem esse episódio e por isso tomei a liberdade de lembrá-lo a v.s. A quem peço a indulgência para esta. Agradecendo a atenção dispensada subscrevo-me Atenciosa admiradora (a) Walinda da C.V. Rosas\'.
Apesar das referências excessivamente elogiosas às minhas conferências sobre Euclides e \'Os Sertões\', realizadas no ano passdpo na União Cultural Brasil Estados Unios, a convite da Rone Amorim, não me cabia o direito de sonegar ao conhecimento do público brasileiro a carta da dona Walinda da C.V. Rosas, tão cheia de carinho pela memória do ilustre parente e de interessantes informações sobre a sua vida em nosso Estado. Por uma coincidência muito curiosa, na véspera de receber a carta acima reproduzida eu tinha conversado com mestre Afonso d\' E. Taunay sobre o assunto, numa das cavaqueiras com que habitualmente me honra o eminente historiador das \'Bandeiras\'. Taunay falara-me sobre a estadia de Euclides em Descalvado.
Taunay cita nomes, datas e fatos. Conhece tudo, lembra-se de tudo.
Com relação à estada em S. Carlos do Pinhal, não a registra o próprio Venâncio Filho em suas bem feitas \'Efemérides Euclidianas\'. Diz que no dia 15 de janeiro de 1901 Euclides, estando em S.J. Do Rio Pardo, é promovido a Chefe de Distrito; que no dia 18 de maio se dá a inauguração da ponte; que no dia 2 de dezembro parte para Guaratinguetá, ocorrendo, então, nova transferência de Distrito. Não cita S. Carlos. Aliás, é também a primeira vez que vejo o nome de Carlos de Carvalho, em assuntos ligados à vida de Euclides.
Com se vê, a carta de dona Walinda é um documento digno de ser conhecido pelos euclidianistas (..)â€,


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