O posicionamento do deputado federal SÃlvio Torres durante a sessão solene de entrega do tÃtulo de cidadão rio-pardense ao governador do estado, Geraldo Alckimin levou o vereador José Roque Rueda a apresentar ao deputado uma moção de protesto. A reunião teve larga repercussão na sessão seguinte da Câmara Municipal de São José do Rio Pardo com vários depoimentos que demonstraram descontentamento também com relação ao posicionamento do governador que, na ocasião, prometeu uma lista de benefÃcios a São José do Rio Pardo, menor que a outras cidades por onde ele passou naquele dia. O vereador Paulo César Vedovato, que acompanhou parte da trajetória desenvolvida pela comitiva governamental naquele dia, citou especificamente a diferença com Vargem Grande do Sul onde o prefeito demonstrou maior capacidade de argumentar e pedir. Em campanha, Geraldo Alckimin visitou, no mesmo dia, sete municÃpios, começando por São João da Boa Vista, onde reside o atual presidente estadual do PSDB, deputado Sidney Beraldo, passando por Vargem Grande do Sul, São Sebastião da Grama, Divinolândia, Caconde, Tapiratiba, terminando em São José do Rio Pardo. Foi dos poucos polÃticos que, em visita a São José do Rio Pardo, deixou de citar a cidade como berço de Os Sertões, obra literária de reconhecimento internacional, escrita por Euclides da Cunha. Ele preferiu considerar São José do Rio Pardo como “cidade da música†e prometeu conseguir uma extensão do Conservatório Musical de Tatuà para funcionar em São José.
Mas não foi só a relação de obras e o oba-oba que caracterizou a sessão solene da Câmara que irritou os vereadores. Eles não gostaram de o deputado SÃlvio Torres aproveitar uma atividade organizada pelo legislativo servir para que a candidatura de Alckimin a presidente da República fosse considerada pelo deputado SÃlvio Torres. Na Câmara, disseram, há vereadores de outros partidos e que preferem apoiar seus candidatos; além disso o objetivo da solenidade não era este.
A Ãntegra do texto
José Roque Rueda, vereador da Câmara Municipal de São José do Rio Pardo, no uso das atribuições que lhe conferem a lei Orgânica dos MunicÃpios e o Regimento Interno da Casa, apresenta ao Deputado Federal SÃlvio França Torres, MOÇÃO DE PROTESTO por suas recentes declarações na Sessão Solene de Outorga do TÃtulo de Cidadão Rio-Pardense ao Dr, Geraldo Alckimin, quando, de forma inconveniente e inoportuna, lançou a candidatura do senhor governador ao cargo de presidente da república, nas próximas eleições.
O posicionamento citado demonstrou profundo desrespeito à s lideranças polÃtico-partidária presentes à solenidade, em especial aos vereadores da Casa, tendo em vista o enorme constrangimento gerado.
Tais declarações só poderiam partir de alguém que, apesar de rio-pardense, se lembra de nossa cidade apenas em momentos especÃficos, ou seja, em momentos eleitorais. Prova disso é a afirmação do deputado em recente entrevista ao Jornal Correio do Pardo: “Nós não temos muitas possibilidades, nem grande potencial para a instalação de grandes indústrias...porque somos um municÃpio de ponta (sic) do Estado, não estamos localizados em eixos como a Anhanguera (rodovia), nós estamos na ponta e aqui não tem um mercado grande na seqüência de São José do Rio Pardoâ€.
Em face do acima exposto, talvez fosse o caso de perguntar ao deputado: É inútil lutar ou trabalhar por São José?
Que a presente proposição se encaminhe cópia para os jornais Democrata, Gazeta do Rio Pardo, Correio do Pardo e Da Silva, bem como para o deputado Aldo Rebelo, presidente da Câmara dos Deputados, em BrasÃlia/df
São José do Rio Pardo, 03 de novembro de 2005
Deputado responde à Câmara
ACâmara municipal recebeu no dia 12 de dezembro a resposta do deputado SÃlvio Torres, lida em plenário pelo vereador Marco Valério. Os vereadores José Roque Rueda e Luiz Paulo Cobra Monteiro, que assinaram a moção de protesto, rebateram item pór item a posição adotada pelo deputado, e Luiz Paulo chegou a afirmar que a visão adotada por Torres era compreensÃvel; era sua maneira de ver São José do Rio Pardo, levando-se em conta que o deputado vivia mais em São Paulo e BrasÃlia e, portanto tinha uma visão diferenciada da realidade rio-pardense.
A Ãntegra da resposta é a seguinte do deputado à Câmara Municipal é a seguinte;
“Como tenho feito regularmente, acuso o recebimento de correspondência da Câmara Municipal de São José do Rio Pardo, constante no ofÃcio 933/05
Nele está contida a Moção 159/05 de autoria dos vereadores José Roque Rueda e Luiz Paulo Cobra Monteiro que protestam contra palavras de minha autoria proferidas na memorável cerimônia que concedeu o tÃtulo de Cidadão Rio-pardense ao governador Geraldo Alckmin.
Respeito democraticamente, as opiniões dos referidos vereadores, embora lamente suas equivocadas conclusões.
Em primeiro lugar, não lancei a candidatura do governador Geraldo Alckmin à presidência da República, apenas manifestei com convicção a minha vontade de que ele seja conduzido ao cargo por todos os méritos que tem. E, ao contrário do que dizem os dois vereadores, não percebi constrangimentos; vi aplausos entusiasmados da platéia, o que me pareceu concordância com a minha fala.
Quanto à afirmação dos vereadores de que “não me lembro de São José do Rio Pardo, a não ser em momentos eleitorais...â€utilizando-se para isso, de texto pinçado de uma entrevista minha a uma emissora de rádio e publicado num jornal local, trata-se, a meu ver, de uma evidente tentativa de buscar motivos para crÃticas à minha atuação pública.
Senhor Presidente, não acho inútil trabalhar e lutar por São José. É o que venho fazendo, como homem público, há mais de 22 anos, estimulado pelo apoio, confiança e pelo trabalho com a consciência tranqüila do dever cumprido.
Inútil, senhor presidente, é querer moldar os fatos às próprias conveniências, atribuindo às pessoas idéias que não são delas e atos que praticaram.
Com os meus cumprimentos, envio a V.Exa. e seus pares as minhas cordiais saudações.â€
No dia em que a Moção contra o deputado SÃlvio Torres foi proposta no plenário da Câmara Municipal, nenhum vereador se manifestou a favor ou contra. Como o documento não exige votos para ser aprovado, ele não foi discutido e teve a anuência de todos os que estavam presentes.