O blogueiro Altamiro Borges costuma falar sobre a capilaridade dos grandes conglomerados de mÃdia do Brasil apontando para as agências de distribuição de fotos e notÃcias, que espalham o conteúdo gerado no Rio de Janeiro ou em São Paulo mesmo para os pequenos jornais ou emissoras de rádio do interior de Goiás ou da Amazônia.
O erro do Partido dos Trabalhadores em geral e do governo Dilma em particular foi descuidar da informação na era da informação.
Lembro-me de quando Ronald Reagan, o Grande Comunicador, estava em minoria no Congresso dos Estados Unidos e decidiu falar diretamente aos eleitores, por cima dos mandatos distritais, usando para isso a visibilidade garantida ao púlpito presidencial.
Donald Regan, assessor de imagem do presidente norte-americano, bolava os eventos. Reagan desembarcava no interior do Texas e, ao lado de fardos de feno, falava sobre a polÃtica agrÃcola, garantindo espaço na mÃdia local e regional.
Com isso, perante a opinião pública, está sempre na defensiva. Ainda que o apagão tenha, afinal, se mostrado uma ficção midiática, a nova dinâmica das redes sociais disseminou fortemente a impressão de um governo acuado, sem respostas, vacilante — com implicações para a imagem de Dilma que podem ter tido algum impacto inclusive nas pesquisas de opinião.
É irônico que Dilma tenha sido vaiada justamente no estádio mais bonito dos que foram construÃdos para a Copa das Confederações e que, dizem os que estiveram lá, deveria servir de orgulho para a engenharia nacional.
É como se houvesse um choque geracional entre o mundo digital e o mundo analógico (na observação de gente como Marcelo Branco e Sergio Amadeu) — com o PT encarnando, sem reação, o papel de um governismo conservador e desatento às pressões sociais que, lá atrás, estiveram na origem do próprio partido.
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